19 agosto, 2007

The watch makes a man!


De todas as mudanças e subtrações que o vestuário masculino tem sofrido, há algo que eu não consigo aceitar: Ninguém mais usa relógio de pulso! Eu não passei por isso, mas usar terno um dia não foi apenas obrigação profissional - pra falar a verdade eu até que acho terno uma coisa sacal... Mas usar chapéu é algo fabuloso, tem estilo, é algo... i give up, can't explain!
De uns tempos pra cá não tenho usado relógio, pois o meu, edição comemorativa dos 60 anos de criação do Superman, simplesmente pifou e após levar ao relojoeiro fiquei sabendo que é impossível consertá-lo por completo... SHIT!!!
Eu sou um cara viciado em horas, tudo o que eu faço segue uma metodologia crivada em horas e minutos, sem um relógio eu me sinto absolutamente inseguro do mundo ao meu redor.
Então, imagine o que é andar pelas ruas, pela cidade e precisar perguntar horas pra alguém...Ultimamente quando faço isso - abordar um pedestre sobre as horas - ninguém mais ergue o braço e olha pro pulso, mas sim, pára, põe a mão no bolso ou na mochila e saca um celular pra me informar que horas são (o que já é um tormento, pois demora pra caramba).

Mas que diabos está acontecendo?!?!?! Eu admito, é minha crescente rabujice se fazendo mais latente, mas não posso deixar de gerar um pensamento de antipatia intelectual por alguém que prefere um celular a um relógio. Pra mim é alguém menos servido em cultura e bons costumes. Preferir um celular a um relógio é o mesmo que preferir Justin Timberlake a Frank Sinatra. Gotcha?

16 agosto, 2007

Elvis


Existe uma curiosidade sobre o inconsciente coletivo que diz que todo mundo que viveu a época se lembra exatamente onde estava e o que fazia quando soube do assassinato de John Kennedy. Bom, eu não tinha nascido ainda pra hoje em dia comprovar se isso é papo furado ou não...

Talvez não seja, porque este mês de agosto marca o 30º aniversário da morte de Elvis (um ícone tão forte quanto JFK) e é incrível como a lembrança disso é nítida em minha cabeça!

Eu tinha 8 anos de idade e, como de costume, meu velho foi me buscar de bicicleta no colégio. No caminho ele permaneceu calado ainda que já soubesse da notícia (ele tinha esse hábito de nunca falar sobre coisas que mexeriam com o emocional dos filhos, fossem coisas boas ou más, preferia deixar que descobrissem sozinhos). A cem metros do portão de casa eu ouvi o rádio em um som altíssimo, tocando It's Now or Never - eu odiava isso e me perguntava por que insistiam tanto em tocar essas músicas da fase mambo-brega do Elvis...o que havia de mal em tocar sua fase rocker?
Well, minha mãe não costumava ouvir rádio num volume tão alto e quando eu entrei em casa, ao invés do costumeiro beijo e do "como foi na escola hoje?", eu ouvi dela um certeiro e urgente "O ELVIS MORREU!"
Deve ter sido meu primeiro contato com a idéia de morte e perda de alguém que eu conhecia e gostava, não me lembro de nada anterior do tipo.
Demorou um pouco pra cair a ficha, mas o dia foi coberto por uma gigantesca avalanche de músicas no rádio, programas, noticiários e filmes na TV em homenagem ao Rei, depoimentos de fãs e personalidades... isso durou um mês inteiro e quando parecia acalmar, vinha a comemoração de um mês da morte; depois a de dois meses, de um ano... e hoje faz-se trinta anos !...

Eu devo confessar que à época eu derramei algumas lágrimas pelo fato. Escrevendo isso agora, e ao som de One Night, tenho vontade de derramar mais algumas, mas desta vez não é apenas pelo Elvis, mas sim por tudo o que passou e fez parte destes 30 anos. Afinal, isso é o tempo de uma vida e muita coisa aconteceu no caminho - perdas, ganhos, não importa...É bom saber que lembrar desta data também traz muitas outras pessoas e circunstâncias à memória. Parafraseando o Lennon: Elvis, we love you!